sábado, 9 de julho de 2011

Silêncio

Te enviei um pedaço de mim,
Em cada música que ouvi,
Tendo a certeza da incapacidade,
De fazer coisa melhor.

Fui um pedaço de mim mesmo,
Em cada verso e cada prosa,
Que acreditei serem meus,
Mesmo te pertencendo.

Tentei o impossível,
Ousando descrever sentimentos,
Imputando palavras ao imaginário...
Tentando dizer o que era segredo.

Leviano fui!... e hoje,
Num misto de arrependimento e pesar,
Nem palavras tenho para te dar.
Leve contigo meu silencioso amor...

Plantação de sonhos

Tentei semear sonhos, nas terras da realidade.
Tentativa inglória,em terreno tão instável!
Nem adubo, nem água, nem sol...
Apenas semente jaziam em suas covas rasas!

Sementes de lágrimas...
Lágrimas de sal.
Terreno de lápides,
De pedras mortas.

Mãos calejadas,
Alma de trabalhador.
Só sonhos desfeitos,
Atropelados pelo arado do trator.

Gotas de sangue,
Brotam do chão.
São só as daninhas,
Deste meu coração.

SE

Se antes fui alguma coisa,
Hoje já não sou.
Nada sou e nada tenho.
Nada além de lembranças,
Em uma memória já não tão boa.

Nada tão importante,
Que mereça ser partilhado;
Sequer, lido.
Nada que mereça crédito,
Piedade ou compreensão.

Nada que vá além do que sou,
Do que fui e do que nunca serei.
Nada além de mim;
Meu passado distante...
Meu caminho errante.